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sábado, maio 29, 2004

mão morta - nus. Parte II 

Quanto a mim, as letras de ALC tornaram-se algo repetitivas. Há aquele recurso a palavras que reclamam força que já nos tinha habituado, agressividade, como estilhaços, destroços, vertigem,letargia,vazio. É próprio. A exploração de matérias do mesmo tipo prende o registo a um certo vocabulário. Continuo a gostar.
O vulto que vagueia por este album e muitos outros de MM não tem nada a perder, é anarquista, comete excessos, percorre caminhos aleatórios que terminam em sexo (orgias que não vinham no programa). Questiona-se, desilude-se, é agressivo porque sim. Faz parte da atitude de revoltado. Espremendo este mundo, temos uma papa de lixo e sangue, orgânica, que vive numa aparência atraente à ilusão.
Os mutantes, que vêem o mundo despido dessa roupa pop-in, que têm as mãos sujas da fuligem que os cerca, que respiram por pulmões asfixiados em gases fabris, que deliram com a toda esta pintura falsa e superficial, são tristes. Não pertencem.
Porque juraram não obedecer.

quinta-feira, maio 27, 2004

mão morta - nus. Parte I 

É a primeira vez que escrevo aqui sobre os mão morta. O blogue é tão recente que não pôde analisar de fresco outro álbum. A verdade é que mantenho a alma dos MM tão viva offline que me esqueço deles aqui. Desfilam no éter. Adiante.
Tenho que me render completamente a nus. A primeira faixa, Gumes tem uma fluidez inacreditável, qual espectáculo. Temas (8) que na sua sequência, provocam uma louca sofreguidão de informação. Eis porque os chamam Narradores da Decadência(1.).
Segue-se Gnoma, o single Rock FM que tanto publico tem deixado boquiaberto.
Eu vou voltar a falar nisto.

(1.) O mesmo nome do livro de vítor junqueira, biográfico sobre os mão morta.

terça-feira, maio 25, 2004

Enlouqueço 

Esgotei-me. A partir daqui não tenho nada a acrescentar. Tudo em que acreditava desiludiu-me. O que é repetido não surte efeito. A novidade é tudo.
Quero ver coisas que nunca tenha visto. Quero ganhar gosto ao que nunca quis saborear.
Apetece-me chorar porque sim. Pelas vezes em que engoli o orgulho.
A solidão é que é infinita. O resto acaba.
Tenho o rosto negro de passear no inferno. Arde-me a garganta pelas palavras que não quiseram sair quando deviam. Os meus olhos são brancos, cal abrasiva, que vigia o chão.
E és tão bonita. Tão bonita(sussurava...).
Que faço eu aqui? Não tenho a alma pura para poder viver da alegria dos outros. Quero parte para mim. E nada muda. Emudece este bicho de semblante frio.
Dá-me a tua mão.

FIM 

Não adianta negar! Sou o fim.

segunda-feira, maio 24, 2004

Trigger Happy ? 

O desespero, a inquietude, são o preço de um amor mais puro. Um tipo de ansiedade tal, que nos deixa de rastos, à procura de um sinal, de um momento para podermos torná-lo claro. Mas há comportamentos que nos tornam óbvios, que nos denunciam o sofrer trôpego e cliché de tantos romances recheados de desmaios, crimes. Qualquer coisa semelhante ao Dr.Jivago do Pasternak, é pesado para os dias que correm. Sempre fatais para os menos experimentados, teatrais para os espectadores e imbecis para a pessoa em questão, os platonismos dentro do ridículo encontram-se na prateleira do sublime.
A aproximação quer-se subtil? O tempo diz-me que não. O que houver para dizer, diz-se sem floreados em poucos minutos...a poesia vem depois.

PS: I. LOVE YOU

sábado, maio 22, 2004

diRty - 1992 

Apontado como uma desilusão pelos fãs de Sonic Youth, diRty, um álbum capaz de ganhar outro tipo de fãs, graças ao formato canção de algumas musicas. Facto que não vai na senda de álbuns como Goo. Chegou a temer-se o pior para a Youth depois de assinarem contrato com uma major, a Geffen Records, a própria produção do álbum esteve a cargo de Butch Vig( posteriormente Nirvana,Garbage...).
Ora diRty é tudo menos homogéneo, capaz de delírios ruidosos,seguidos de temas marcadamente pop overdrive( como Sugar Kane ou Purr).
Não podemos esquecer musicas importantes como 100% ou manifestos feministas de Kim Gordon em Swimsuit Issue.
Ainda que não seja o meu album favorito de Sonic Youth( prefiro Daydream Nation), foi o primeiro que ouvi. Agora em reedição deluxe, 2CD, com direito a lados B, é pertinente falar num disco que passados 12 anos, continua a ser um must.


terça-feira, maio 18, 2004

LUX 

Fui preenchido por uma grande sensação de bem-estar.
Sei que me engano mais uma vez. Mas só alguém desprovido de liberdade recusa as amarras da catividade.
Quem lhe pode resistir? Se calhar nada faz para baixar as defesas às pobres almas que se elevam ao seu doce purgatório...
Um simples olhar, ampliado, deixa revelar uma bondade pouco comum.
A maneira como se esconde, como surge na imprevisão inconsolável de um desaparecimento que lhe dará sequência, é inquietante.
Estou-lhe à mercê. O amor escraviza, quando as armas que usa infligem golpes cuja dor é próprio bálsamo.

segunda-feira, maio 17, 2004

Speed of Life 

Pus-me a pensar que falta faria ao mundo, se o deixasse de forma abrupta.
A conclusão foi a mais óbvia e despida de adjectivos : nenhuma.
Para fazer diferença , há que construir, marcar. Existir não chega.
Por isso, já não escrevia aqui há muito tempo por pensar que ninguém aqui vinha, que isto era uma inútil perda de tempo. Há muita verdade.
Mas há que contrariar todas as tendências para poder vencer.
Cá estou!

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